domingo, 26 de julho de 2015

A tentação das roupinhas gratuitas

Minha mãe, minhas tias, minhas irmãs e eu somos mais ou menos do mesmo tamanho. Assim, quando alguém resolve fazer uma limpa no guarda-roupa, o primeiro passo é oferecer para a galera da família as peças.

Adoro quando isso acontece. É a chance de adquirir umas roupinhas novas sem ser assediada por vendedoras e, claro, sem pagar nada.

Ou seja: é uma cilada, Bino! Confesso que meu nível de exigência cai quando estou ganhando coisas. Primeiro porque o membro da família que oferece geralmente faz propaganda: "essa blusa é linda, não amassa, olha que malha gostosa"; se eu concordo e aceito, todos ficam felizes. Segundo porque, claro, não estou pagando nada.

(A gente imagina que o pão-durismo seria altamente benéfico ao minimalismo. Pois bem, nem sempre.)

O jeito, claro, é tentar ser tão seletiva como eu seria em uma loja. Começo pelas cores: se não é preto, branco, cinza, azul, vermelho ou roxo, não quero. Desse jeito já descarto pelo menos metade, porque em geral as pessoas têm guarda-roupas coloridos. Depois, pelo estilo: tem babado? Bordado? Renda? Estampas com mais de três tons? Também estou fora. Para terminar, também não costumo ser fã de saias, principalmente se são longas.

Mesmo com todos esses critérios, adquiri nove peças novas. O segredo é ter uma mãe que sabe costurar, ou seja, que faz bainhas e pences. Então, até roupas que ficam compridas e larguinhas passam no teste.

Para dizer a verdade, tem umas duas sobre as quais eu não tenho certeza absoluta, não.  Mas outra vantagem de ganhar roupinhas é que dá pra arriscar, né? É só não acumular. Me comprometo, caso só use uma vez e não goste, a passá-las pra frente.

Isto é, daqui a uns meses eu as ofereço de volta às mulheres da família.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Quem disse que a gente tem de trabalhar sentado?

Quando eu estava pensando em comprar uma esteira (desisti porque acabei ganhando uma bicicleta ergométrica), fiz um monte de pesquisas na internet. E descobri um conceito muito legal: o escritório-esteira (ou treadmill desk), a soma da parte de baixo de uma esteira com uma mesa alta. Resultado: em vez de ficar sentado, a gente trabalha (ou estuda, ou navega na internet) caminhando.



Adorei a ideia. Muita gente (eu inclusive) passa muito tempo sentada. No trabalho, no carro, nas refeições, vendo filme (ou Masterchef)... Não é legal usar uma parte deste tempo se movimentando?

Ninguém precisa se afligir pensando que tem de correr e responder e-mails ao mesmo tempo (o que deve ser impossível, inclusive). Pelo que vi, o povo anda bem devagarzinho em seus escritórios rolantes. O objetivo é abandonar o sedentarismo, não virar atleta. E também não é questão de caminhar o expediente todo: umas horinhas por dia já está bom

Não achei para comprar no Brasil, mas vi uns faça-você-mesmo bem legais na internet (como este aqui).

De qualquer forma, o projeto é para quando eu tiver uma casa minha. Por enquanto, vou ter de me contentar com minha bicicletinha ergométrica. A não ser... que eu siga o exemplo da Lu do Dia de Folga! A gente trocou umas figurinhas e ela me disse que trabalha de pé.

Outra ideia ótima, e ainda mais fácil de implementar. Precisei só de um aparador e de uma pilha de revista velhas (e da ausência da minha mãe, que não vai gostar de ver seus porta-retratos desalojados).

Coloquei o laptop em cima das revistas e o mouse em uma pilha menorzinha. Ficou bem ergonômico.

Já faz duas horas que estou aqui de pé, editando posts e navegando na internet. E achando que está funcionando muito bem.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

E o seu guarda-roupa, como vai?

E não é que a ideia de simplificar e reduzir está chegando a (alguns) blogs de moda? Fiquei sabendo neste post do Hoje vou assim off.

Fico feliz que o pessoal esteja descobrindo que consumir muito não é receita de felicidade, nem necessariamente de elegância. É verdade que há quem ache que ter um armário-cápsula é só mais uma modinha, como tantas outras. Mas, nesse caso, é uma modinha que significa menos consumo, menos roupa guardada sem ser usada, menos tempo gasto para se vestir... só posso achar bom!

Segue minha historinha de redução do guarda-roupa (com figuras):

Minimalismo no guarda-roupa


Eu e a moda, a moda e eu








E o seu guarda-roupa, como vai?

terça-feira, 14 de julho de 2015

Montar casa, capítulo 1: o que a gente precisa e o excesso de opção

Enquanto o tempo passa e o Leo estuda, eu faço pesquisas na internet e preencho bonitas planilhas com dados e preços. Como a gente vendeu tudo antes de viajar, agora vamos precisar mobiliar a casa de novo. Sim, eu pensei nisso quando tomamos a decisão de nos livrarmos de nossos objetos. E não achei ruim - embora o principal fator do desfazimento tenha sido não me sentir psicologicamente agarrada ao Brasil por uns móveis e uns eletrodomésticos. No fim das contas a gente voltou, mas não por causa deles.

Mas como eu dizia, não achei ruim dar fim a tudo. Com o dinheiro que apuramos com as vendas, vai dar para montar casa de novo (espero). A diferença é que vamos adquirir muito menos objetos dessa vez. Já sabemos que não vamos precisar de aparadores, home theater, escritório, estantes, futon, cômoda. Até a cama de hóspedes eu vou deixar para comprar quando alguém se candidatar a me visitar -  porque já tive suítes montadíssimas para as visitas e elas quase nunca apareciam.

Fiz uma lista do que eu acho que vamos precisar e usar, me baseando na experiência dos dois apartamentos em que moramos no Brasil e todos os lugares pelos que passamos nos últimos dois anos. É uma lista muito pessoal, baseada na nossa vida, no nosso gosto e no nosso amor pelos espaços de circulação:

- cama + criados-mudos simples (nada de gavetas para encher de bagulhinhos. Ok, talvez uma)
- mesa + 4 cadeiras (tem mais gente? Senta no sofá!)
- sofá
- tevê + rack ou suporte (eu voto no suporte, o Leo vota no rack pra não fazer furo na parede do apê alugado)
- geladeira (frost free, porque descongelar geladeira ninguém merece)
- fogão (com acendimento automático, para não precisar comprar fósforo)
- forno micro-ondas (sem porta espelhada, porque eu preciso vigiar o brigadeiro subindo lá dentro)
- máquina de lavar roupa (de 8 kg dá e sobra)

E é só, pelo menos por enquanto. Achei que ia ser facinho apurar na internet produtos com bom custo/benefício e chegar a um orçamento definitivo... só que não.

Tem muita, muita opção no mercado, não só de modelos mas de lojas e de marcas. Várias eu desconheço; várias eu conheço, mas não sei se hoje em dia são de fato sinônimo de qualidade. Além disso, os preços variam nos sites, aparentemente sem muita lógica, de um dia para o outro. O Já Cotei não dá conta de acompanhar: volta e meia eu clico em um valor que ele achou e pá, na loja o preço já mudou (para mais, sempre).

Em O Paradoxo da Escolha, o Barry Schwartz fala que ter escolha é bom - até um certo ponto. 3 ou 4 opções deixam as pessoas felizes: elas observam as diferenças e decidem de qual gostam mais. Já 20 opções... além do trabalhão que analisar toda essa oferta, por mais que a pessoa pesquise fica com a sensação que talvez houvesse uma alternativa melhor.

Então é isso: estou me sentindo cercada por (e afogada em) opções. Estou tentadíssima a usar como fator definidor o menor preço, porque dá menos trabalho. Mas, como alguém que já teve que usar no trabalho as canetas fruto desse tipo de licitação, acho que se eu quero me inspirar na Administração Pública tenho que partir para o critério técnica e preço mesmo.